e toca e toca e toca e toca...

o telefone fixo toca desesperado... e ela continua imóvel na cama... é como se não ouvisse nada... mas é ensurdecedor... toca e toca e toca e toca e toca e toca e toca e toca... e não se cansa... se ela ainda tivesse alguma vontade, levantaria e o desplugaria... mas não esboça o menor sinal de reação... é como se estivesse morta... e toca e toca e toca e toca e toca e toca... to-ca... to-ca... to-ca... to-ca... é como se fosse um coração desesperado pulsando aflito... e ela indiferente, fixa no leito... é como se não fosse um ser humano... e o aparelho toca e toca e toca e toca e toca e toca e ela se levanta bruscamente... e para...

Tiago Elídio... Rio de Janeiro... 9/9/2015...