13/03/15

Jogadoras de vôlei...

Sheila havia se mudado para a Itália havia pouco tempo. Estava instalada em Bérgamo, a cidade onde ficava a equipe de vôlei para a qual iria jogar. Ela era uma grande jogadora no Brasil e seu passe havia sido comprado por uma equipe italiana. Não havia pensado duas vezes antes de deixar o país. Queria explorar novos ares, ter novas experiências, conhecer novas pessoas... No entanto, ainda não havia conhecido muita gente durante essas primeiras semanas em Bérgamo. Embora bela, era uma cidade pequena. Havia ido algumas vezes a Milão, onde a agitação era maior, para se divertir um pouco e se distrair. Porém, como ainda não falava italiano muito bem, sentia-se tímida para se comunicar com as pessoas. E ainda não havia conhecido nenhuma de suas companheiras de equipe, pois a maioria estava viajando, curtindo os últimos momentos de férias antes de começar o treinamento para o campeonato.

Federica era uma jovem milanesa que havia acabado de sair da equipe juvenil. Havia se destacado bastante durante essa fase e, portanto, havia sido selecionada para a equipe principal de Bérgamo. Estava ansiosa para o começo dos treinos. E um pouco insegura, pois iria dividir quadra com outras jogadoras muito mais experientes. Para se distrair enquanto esperava o início das atividades, costumava andar pelas ruas do centro de Milão, observando as pessoas que circulam por ali diariamente. Às vezes também encontrava alguns amigos para conversar, tomar um café e passar o tempo. Bebidas alcóolicas, não bebia. Era uma pessoa ainda muito regrada.

Sheila e Federica se cruzaram um dia pelas ruas de Milão, bem ali perto do majestoso Duomo. Uma vinha de uma direção e a outra no sentido contrário. As duas então se cruzaram. Mas não se viram. Havia muitíssimas pessoas caminhando para lá e para cá junto com elas. Até então uma não sabia da existência da outra.

Federica e Sheila voltaram a se cruzar no primeiro dia de treinamento da equipe de vôlei. Olharam-se com aquela sensação de que já se conheciam de algum lugar. O treinador então apresentou todas as jogadoras e elas, por fim, se conheceram. As outras meninas já estavam, na verdade, mais enturmadas umas com às outras, por já serem da equipe. Como Sheila e Federica eram as novatas, as duas criaram uma certa cumplicidade involuntária e se aproximaram mais uma da outra.

O treino havia sido rigoroso já nesse primeiro dia. O treinador havia pegado pesado e esperava muito de todas as jogadoras. Federica e Sheila sentiram, portanto, a pressão que seria jogar nessa grande equipe italiana. Quando se cruzaram novamente no vestiário, as duas começaram então um contato mais íntimo. Começaram a se conhecer melhor, a falar mais de suas respectivas vidas. A sintonia entre as duas havia sido muito grande. Foram, porém, interrompidas. O ginásio precisava fechar e as duas precisavam ir. Trocaram então seus contatos para que pudessem se cruzar mais vezes. Trocaram também beijos, e se foram.


Tiago Elídio... Rio de Janeiro... 13/3/2015...

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